segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Solenidade da Epifania do Senhor no Vaticano

Photo: "Assim como os pastores – os primeiros convidados para irem até junto do Menino recém-nascido deitado na manjedoura – personificam os pobres de Israel e, em geral, as almas simples que interiormente vivem muito perto de Jesus, assim também os homens vindos do Oriente personificam o mundo dos povos, a Igreja dos gentios: os homens que, ao longo de todos os séculos, se encaminham para o Menino de Belém, n’Ele honram o Filho de Deus e se prostram diante d’Ele".

Palavras do Papa Bento XVI em sua homilia na Capela Papal na Solenidade da Epifania do Senhor, na qual esteve paramentado com uma rica casula romana dourada e, pela terceira vez em seu pontificado, com o fano papal (presumimos, portanto, que o fano voltará a ser usado nas maiores datas litúrgicas do ano presididas pelo Sucessor de Pedro).

Créditos da imagem: VINCENZO PINTO/AFP/Getty Images
 

Photo: O mais belo báculo daqueles que hoje foram dados aos 4 novos Bispos pertence a Sua Ex.cia Mons. Georg Gänswein.

Na foto, ele o recebe de um dos seus 2 diáconos assistentes, que segurou o báculo enquanto o novo Bispo estava sentado após a cerimônia de sagração episcopal.

Créditos da imagem: VINCENZO PINTO/AFP/Getty Images


 



No último domingo, dia 6, o papa Bento XVI celebrou missa solene por ocasião da solenidade da Epifania. Nesta mesma celebração o Santo Padre conferiu a ordem episcopal a quatro bispos titulares, entre eles seu secretário pessoal Mons. Georg Gänswein, que assume a Prefeitura da Casa Pontifícia e a arquidiocese titular de Urbs Salvia, os outros bispos são dois núncios e o secretário da Congregação para a Educação Católica. Os bispos co-sagrantes foram o Cardeal Bertone, Secretário de Estado, e o Cardeal Grocholewski, Prefeito da congregação supracitada.

Solenidade
A solenidade da liturgia foi marcada pelo uso do fanon papal, uso da dalmática pontifical pelo Santo Padre, pelos ordenados e pelos bispos co-sagrantes, e o ordinário da missa cantado. Kyrie, Gloria, Sanctus, Agnus Dei foram cum iubilo. O Credo cantado foi o III do gradual. O que foi marcante em relação aos cantos da missa foi o salmo cantado em alemão. Provavelmente para que a língua de todos os ordenandos fosse usado em parte notável da liturgia; sendo que a primeira leitura foi feita em inglês e a homilia, como é habitual, em italiano.
Um canto fora do ordinário que certamente mereceu destaque foi o Adestes Fideles cantado de maneira triunfante na parte final da comunhão pela Capela Sistina.

As vestes dos ordenandos constavam, além da dalmática, da batina violácea com detalhes vermelhos, alva com renda, cíngulo, estola e a casula. Esta era romana e com o Brasão de Paulo VI bordado atrás, o mesmo das casulas dos co-sagrantes. A cruz, provavelmente presa ao cordão verde-ouro, foi usada sob a dalmática. Foi notável também o uso de meias violáceas, que ficaram à mostra durante o rito da prostração.
Cada um deles foi assistido por dois diáconos, portando dalmáticas e, segundo as rubricas da forma ordinária, alvas e estolas. Apesar de já ser algo comum nas ordenações que o Papa preside na arquibasílica de São Pedro, vai contra as indicações do Cerimonial dos Bispos que diz que os candidatos são assistidos por presbíteros revestidos de casula ou, caso não concelebrem, pluvial.
O Santo Padre, que foi até o altar levado pelos sediários, vestiu habitualmente as vestes pontificais, incluindo o pálio com três cravos sobre o fanon. Nas últimas celebrações, o Santo Padre tem se mostrado um pouco cansado, talvez até por conta disso, optou-se por simplificar a incensação do altar, que teve apenas um lado incensado como se estivesse unido a um retábulo.





Talvez por conta dessa mudança inesperada, os funcionários da basílica que colocam a sede do papa e as cadeiras dos cerimoniários e co-sagrantes à frente do altar, se atrasaram ao fazê-lo de modo que quando os cardeais Bertone e Grocholewski estavam já à frente do altar, os assentos ainda não estavam nos lugares.

O Sacramento da Ordem
O Rito de ordenação teve início logo após o anúncio das festas móveis do ano, feitas por um diácono. O pedido de ordenação, feito ao Santo Padre pelo Cardeal Oullet, Prefeito da Congregação para os Bispos. Como a nomeação é feita pelo próprio Papa, ele não pediu que a nomeação fosse lida na celebração.





Depois da homilia, o rito de ordenação prosseguiu com os votos feitos pelos bispos eleitos e a ladainha de todos os santos, durante a qual, por ser domingo, os presentes permaneceram de pé, apenas os ordenandos se prostraram.

Como de cstume, o santo Padre impôs as mãos aos bispos-eleitos de sua sede, os demais bispos, incluindo os co-sagrantes, da frente do baldaquino. Várias vezes durante esse rito Mons. Georg levantou a cabeça, provavelmente reconhecendo os cardeais e bispos que trabalham, como ele, na Cúria Romana.
Apesar de muitos cardeais e bispos estarem presentes, apenas os co-sagrantes concelebraram, os demais assistiram a celebração em vestes corais. Durante o rito da imposição das mãos, endossaram estola.





O livro dos Evangelhos foi aberto pelos co-sagrantes sobre a cabeça de cada um dos eleitos, modificação ocasionada, talvez, para evitar que o Santo Padre tivesse que descer do baldaquino. Em outras ocasiões, foi o próprio Papa a executar tal rito. Os Evangeliários foram suspensos pelos diáconos que assistiam os ordenandos.
A oração consecratória rezada pelo Santo Padre foi aclamada ao final com um grande “Amen” cantado pelo coral. Para a unção e imposição das insígnias, os ordenados subiram ao baldaquino. O solidéu foi colocado pelos cerimoniários imediatamente antes da mitra ser imposta pelo Santo Padre. Entre as insígnias destaca-se a beleza do báculo de Mons. Gänswein e a mitra de Mons. Thevenin, conforme destaca a página do Direto da Sacristia.
Durante o abraço da paz, e não beijo, conforme trazia o livreto da celebração, o Santo Padre mostrou particular apreço por seu secretário.



Foi usado o Cânon Romano, que permite que quatro concelebrantes tomem parte na leitura da oração. Foram eles os dois bispos co-sagrantes e dois ordenados: Mons. Zani e Mons. Nwachucwu.
Os ritos próprios da ordenação se completaram, depois da comunhão com o tradicional canto do Te Deum e os ordenados abençoando a assembleia precedidos pelos co-sagrantes e acompanhados por seus diáconos.
Brasão de Mons. George Gänswein, nota-se a óbvia inspiração no brasão do Santo Padre

Conforme informava o livreto da celebração, o Santo Padre concedeu àqueles que participaram da celebração a indulgência plenária, contanto que cumprissem as exigências do manual: confissão sacramental, oração nas intenções do Santo Padre e comunhão sacramental.