quinta-feira, 29 de março de 2012

OMELIA DEL SANTO PADRE BENEDETTO XVI




SANTA MESSA

OMELIA DEL SANTO PADRE BENEDETTO XVI

Plaza de la Revolución di La Habana
Mercoledì, 28 marzo 2012




Cari fratelli e sorelle!

«Benedetto sei tu, Signore Dio… Benedetto il tuo nome glorioso e santo» (Dn 3, 52). Questo inno di benedizione del Libro di Daniele risuona oggi nella nostra liturgia invitandoci ripetutamente a benedire e lodare Dio. Siamo parte della moltitudine di quel coro che celebra il Signore incessantemente. Ci uniamo a questo insieme di azioni di grazie, ed offriamo la nostra voce gioiosa e fiduciosa che cerca di consolidare nell'amore e nella verità il cammino della fede.

«Benedetto sia Dio» che ci riunisce in questa piazza emblematica, affinché ci immergiamo più profondamente nella sua vita. Provo una grande gioia nell’essere oggi tra voi e presiedere questa Santa Messa nel cuore di questo Anno giubilare dedicato alla Vergine della Carità del Cobre. leggere...

terça-feira, 27 de março de 2012

BENTO XVI: A Igreja, corpo vivo de Cristo, tem a missão de prolongar na terra a presença salvadora de Deus


[Francese, Inglese, Italiano, Polacco, Portoghese, Spagnolo, Tedesco]
SANTA MISSA POR OCASIÃO DO 400º ANIVERSÁRIO
DO DESCOBERTA DA IMAGEM DA VIRGEM DA CARIDADE DO COBRE
HOMILIA DO PAPA BENTO XVI
Santiago de Cuba, Praça Antonio Maceo
Solenidade da Anunciação do Senhor
Segunda-feira, 26 de Março de 2012

Amados irmãos e irmãs!
Dou graças a Deus que me permitiu vir ter convosco, realizando esta viagem tão desejada. Saúdo D. Dionisio García Ibáñez, Arcebispo de Santiago de Cuba, agradecendo-lhe as amáveis palavras com que me acolheu em nome de todos. Saúdo igualmente os outros Bispos vindos de Cuba e doutros lugares, bem como os sacerdotes, religiosos, seminaristas e fiéis leigos presentes nesta celebração. E não posso esquecer todos aqueles a quem a doença, a idade ou outras razões impossibilitaram de estar aqui conosco. Saúdo também as autoridades que gentilmente quiseram acompanhar-nos.
Esta Santa Missa – a primeira que tenho a alegria de presidir na minha visita pastoral a este país – insere-se no contexto do Ano Jubilar Mariano proclamado para honrar a Virgem da Caridade do Cobre, Padroeira de Cuba, nos quatrocentos anos da descoberta e presença da sua veneranda imagem nestas terras abençoadas. Não ignoro o sacrifício e a dedicação com que se preparou este jubileu, especialmente sob o ponto de vista espiritual. Tocou-me profundamente o fervor com que Maria foi saudada e invocada por muitos cubanos, na sua peregrinação por todos os cantos e lugares da Ilha.
Estes acontecimentos importantes da Igreja em Cuba são iluminados com um brilho extraordinário pela festa que a Igreja universal celebra hoje: a Anunciação do Senhor à Virgem Maria. De fato, a Encarnação do Filho de Deus é o mistério central da fé cristã e, nele, Maria ocupa um lugar de primária grandeza. Mas qual é o significado deste mistério? E qual é a importância que tem para a nossa vida concreta?
Vejamos, antes de tudo, o que significa a Encarnação. No Evangelho de São Lucas, ouvimos as palavras do anjo a Maria: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus» (Lc 1, 35). Em Maria, o Filho de Deus faz-Se homem, cumprindo-se assim a profecia de Isaías: «A virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será “Emanuel”, porque Deus está conosco» (Is 7, 14). Sim, Jesus, o Verbo feito carne, é o Deus-conosco, que veio habitar entre nós e partilhar a nossa própria condição humana. O apóstolo São João exprime isto mesmo do modo seguinte: «O Verbo fez-Se carne e habitou no meio de nós» (Jo 1, 14). A expressão «fez-Se carne» indica a realidade humana mais concreta e palpável. Em Cristo, Deus veio realmente ao mundo, entrou na nossa história, habitou no meio de nós, realizando assim a profunda aspiração do ser humano de que o mundo seja realmente uma casa para o homem. Pelo contrário, quando Deus é posto de lado, o mundo transforma-se num lugar inospitaleiro para o homem, frustrando ao mesmo tempo a verdadeira vocação da criação que é ser o espaço para a aliança, para o «sim» do amor entre Deus e a humanidade que Lhe responde. E assim fez Maria, primícias dos crentes, com o seu «sim» dado sem reservas ao Senhor.
Por isso, quando contemplamos o mistério da Encarnação, não podemos deixar de voltar os nossos olhos para Ela, enchendo-nos de admiração, gratidão e amor ao ver como o nosso Deus, para entrar no mundo, quis contar com o consentimento livre duma criatura sua. Só a partir do momento em que a Virgem respondeu ao anjo: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra»(Lc 1, 38), é que o Verbo eterno do Pai começou a sua existência humana no tempo. É comovente ver como Deus não só respeita a liberdade humana, mas parece ter necessidade dela. E vemos também como o início da existência terrena do Filho de Deus está marcado por um duplo «sim» à vontade salvífica do Pai: o de Cristo e o de Maria. É esta obediência a Deus que abre as portas do mundo à verdade, à salvação. De fato, Deus criou-nos como fruto do seu amor infinito; por isso viver segundo a sua vontade é o caminho para encontrar a nossa verdadeira identidade, a verdade do nosso ser, enquanto que o distanciamento de Deus nos afasta de nós mesmos e precipita-nos no vazio. A obediência na fé é a verdadeira liberdade, a autêntica redenção, que permite unirmo-nos ao amor de Jesus no seu esforço por Se conformar com a vontade do Pai. A redenção é sempre esse processo de levar a vontade humana à plena comunhão com a vontade divina (cf. Lectio divina com os párocos de Roma, 18 de fevereiro de 2010).
Queridos irmãos, hoje louvamos a Virgem Santíssima pela sua fé e dizemos-Lhe com Santa Isabel: «Bem-aventurada aquela que acreditou» (Lc 1, 45). Como disse Santo Agostinho, Maria, antes de conceber Cristo fisicamente no seu ventre, concebeu-O pela fé no seu coração; Maria acreditou e realizou-se n’Ela aquilo em que acreditava (cf. Sermão 215, 4: PL 38, 1074). Peçamos ao Senhor que aumente a nossa fé, que a torne ativa e fecunda no amor. Peçamos-Lhe que sejamos capazes de acolher, como Ela, em nosso coração a Palavra de Deus e pô-la em prática com docilidade e constância.
Pelo seu papel insubstituível no Mistério de Cristo, a Virgem Maria representa a imagem e o modelo da Igreja. Esta, como fez a Mãe de Cristo, é chamada também a acolher em si o Mistério de Deus que vem habitar nela. Amados irmãos, sei com quanto esforço, coragem e dedicação trabalhais dia a dia para que a Igreja, nas circunstâncias concretas do vosso País e neste período da história, manifeste o seu verdadeiro rosto como lugar onde Deus Se aproxima dos homens e Se encontra com eles.
A Igreja, corpo vivo de Cristo, tem a missão de prolongar na terra a presença salvadora de Deus ,de abrir o mundo para algo maior do que ele mesmo, ou seja, para o amor e a luz de Deus. Vale a pena, amados irmãos, dedicar toda a vida a Cristo, crescer cada dia na sua amizade e sentir-se chamado a anunciar a beleza e a bondade da própria vida a todos os homens, nossos irmãos. Encorajo-vos na vossa tarefa de semear no mundo a palavra de Deus e oferecer a todos o verdadeiro alimento que é o corpo de Cristo. Com a Páscoa já próxima, decidamo-nos, sem medos nem complexos, a seguir Jesus no seu caminho para a cruz. Aceitemos com paciência e fé qualquer contrariedade ou aflição, convictos de que Ele, com a sua ressurreição, venceu o poder do mal, que tudo obscurece, e fez amanhecer um mundo novo, o mundo de Deus, da luz, da verdade e da alegria. O Senhor não cessará de abençoar com frutos abundantes a generosidade do vosso compromisso.
O mistério da Encarnação, em que Deus Se aproxima de nós, mostra-nos também a dignidade incomparável de cada vida humana. Por isso, no seu projeto de amor, desde a criação, Deus confiou à família fundada no matrimônio a sublime missão de ser célula fundamental da sociedade e verdadeira Igreja doméstica. Com esta certeza vós, queridos esposos, deveis ser, especialmente para os vossos filhos, sinal real e visível do amor de Cristo pela Igreja. Cuba precisa do testemunho da vossa fidelidade, da vossa unidade, da vossa capacidade de acolher a vida humana, especialmente a mais indefesa e necessitada.
Amados irmãos, sob o olhar da Virgem da Caridade do Cobre, desejo fazer um apelo a que deis novo vigor à vossa fé, vivais de Cristo e para Cristo, e luteis com as armas da paz, do perdão e da compreensão para construir uma sociedade aberta e renovada, uma sociedade melhor, mais digna do homem, que manifeste melhor a bondade de Deus. Amém.

•APOSTOLIC JOURNEY OF HIS HOLINESS BENEDICT XVI TO MESSICO AND CUBA

Pope Benedict XVI  waves from the popemobile after a symbolic key ceremony in Leon, Mexico, Saturday March 24, 2012. Benedict arrived in Mexico Friday afternoon, a decade after the late Pope John Paul II's last visit. The pontiff's weeklong trip to Mexico and then to Cuba on Monday is his first to both countries.
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  • APOSTOLIC JOURNEY OF HIS HOLINESS BENEDICT XVI TO MEXICO AND THE REPUBLIC OF CUBA

    Pope Benedict XVI speaks next to children on March 24, 2012 in Guanajuato, Mexico. Pope Benedict XVI is in Mexico on his first trip to Spanish-speaking Latin America which will include a two-day visit to Cuba.
    [Francese, Inglese, Italiano, Polacco, Portoghese, Spagnolo, Tedesco]
    [
    Video]


    WELCOMING CEREMONY
    ADDRESS OF HIS HOLINESS BENEDICT XVI
    Guanajuato International Airport, Silao
    Friday,
    23 March 2012

    Mister President,
    Your Eminences,
    Dear Brother Bishops and Priests,
    Distinguished Civil Authorities,
    Beloved People of Guanajuato and of Mexico,
    I am very happy to be here, and I give thanks to God for allowing me to realize the desire, kept in my heart for a long time, to confirm in the faith the People of God of this great nation in their own land. The affection of the Mexican people for the Successor of Peter, whom they always remember in their prayers, is well known. I say this here, considered to be the geographical centre of your land, which my venerable predecessor, Blessed John Paul II, wanted to visit during his first Apostolic Journey. Although he was not able to come, on that occasion he left a message of encouragement while flying over its airspace. I am happy to repeat his words here on land among you: “I am grateful”, he said in the message, “to the faithful of El Bajío and Guanajuato for your affection towards the Pope and your faithfulness to the Lord. May God be with you always” (cf. Telegram, 30 January 1979).
    With this in mind, I offer my thanks to you, Mister President, for your warm welcome and I respectfully greet your wife and the rest of the civil authorities who have honoured me by their presence. I offer a special greeting to the Most Reverend José Guadalupe Martín Rábago, Archbishop of León, and to the Most Reverend Carlos Aguiar Retes, Archbishop of Tlalnepantla and President of the Mexican Episcopal Conference and the Latin America Episcopal Council. With this brief visit, I wish to greet all Mexicans and to include all the nations and peoples of Latin America, represented here by many Bishops. Our meeting in this place, where the majestic monument to Christ the King on Mount Cubilete, gives testimony to the deep roots of the Catholic faith among the Mexican people, who receive his constant blessings in all their vicissitudes.
    Mexico, and the majority of Latin American nations, have been commemorating in recent years the bicentennial of their independence. There have been many religious celebrations in thanksgiving to God for this important and significant moment. During these celebrations, as in the Mass in Saint Peter’s Basilica in Rome on the Feast of Our Lady of Guadalupe, Most Holy Mary was invoked fervently, she who gently showed how the Lord loves all people and gave himself for them without distinction. Our Heavenly Mother has kept vigil over the faith of her children in the formation of these nations and she continues to do so today as new challenges present themselves.
    I come as a pilgrim of faith, of hope, and of love. I wish to confirm those who believe in Christ in their faith, by strengthening and encouraging them to revitalize their faith by listening to the Word of God, celebrating the sacraments and living coherently. In this way, they will be able to share their faith with others as missionaries to their brothers and sisters and to act as a leaven in society, contributing to a respectful and peaceful coexistence based on the incomparable dignity of every human being, created by God, which no one has the right to forget or disregard. This dignity is expressed especially in the fundamental right to freedom of religion, in its full meaning and integrity.
    As a pilgrim of hope, I speak to them in the words of Saint Paul: “But we would not have you ignorant, brethren, concerning those who are asleep, that you may not grieve as others do who have no hope” (1 Th. 4:13). Confidence in God offers the certainty of meeting him, of receiving his grace; the believer’s hope is based on this. And, aware of this, we strive to transform the present structures and events which are less than satisfactory and seem immovable or insurmountable, while also helping those who do not see meaning or a future in life. Yes, hope changes the practical existence of each man and woman in a real way (cf. Spe Salvi, 2). Hope points to “a new heaven and a new earth” (Rev. 21:1), that is already making visible some of its reflections. Moreover, when it takes root in a people, when it is shared, it shines as light that dispels the darkness which blinds and takes hold of us. This country and the entire continent are called to live their hope in God as a profound conviction, transforming it into an attitude of the heart and a practical commitment to walk together in the building of a better world. As I said in Rome, “continue progressing untiringly in the building of a society founded upon the development of the good, the triumph of love and the spread of justice” (Homily, 12 December 2011).
    Together with faith and hope, the believer in Christ – indeed the whole Church – lives and practises charity as an essential element of mission. In its primary meaning, charity “is first of all the simple response to immediate needs and specific situations” (Deus Caritas Est, 31), as we help those who suffer from hunger, lack shelter, or are in need in some way in their life. Nobody is excluded on account of their origin or belief from this mission of the Church, which does not compete with other private or public initiatives. In fact, the Church willingly works with those who pursue the same ends. Nor does she have any aim other than doing good in an unselfish and respectful way to those in need, who often lack signs of authentic love.
    Mister President, my dear friends: in these days I will pray to the Lord and to Our Lady of Guadalupe for all of you so that you may be true to the faith which you have received and to its best traditions. I will pray especially for those in need, particularly for those who suffer because of old and new rivalries, resentments and all forms of violence. I know that I am in a country which is proud of its hospitality and wishes no one to feel unwelcome. I already knew this, and now I can see it and feel it in my heart. I sincerely hope that many Mexicans who live far from their homeland will feel the same way and that nothing will cause them to forget it or to lose the wish to see its growth in harmony and in authentic integral development. Thank you!

    INTERVISTA CONCESSA DAL SANTO PADRE BENEDETTO XVI AI GIORNALISTI DURANTE IL VOLO VERSO IL MESSICO


    VIAGGIO APOSTOLICO IN MESSICO E NELLA REPUBBLICA DI CUBA
    (23-29 MARZO 2012)


    INTERVISTA CONCESSA DAL

    SANTO PADRE BENEDETTO XVI

    AI GIORNALISTI DURANTE IL VOLO VERSO IL MESSICO

    Volo Papale
    Venerdì,
    23 marzo 2012


    Padre Lombardi: Santità, grazie di essere in mezzo a noi, all’inizio di questo viaggio così bello e importante. Come vede, la nostra assemblea viaggiante è numerosa: ci sono più di 70 giornalisti che La seguono con attenzione, e il gruppo più importante – a parte gli italiani – sono, naturalmente, i messicani, che sono un bel gruppo: ce ne sono almeno 14; i rappresentanti delle televisioni messicane che seguiranno e copriranno tutto il viaggio. C’è anche un bel gruppo degli Stati Uniti, un bel gruppo della Francia, di altri Paesi. Ecco, quindi siamo un po’ rappresentanti di tutto il mondo. Come al solito, abbiamo raccolto, nei giorni scorsi, diverse domande da parte dei giornalisti e ne abbiamo scelte cinque, che sono espressione, un po’, dell’attesa generale. E questa volta, dato che abbiamo più spazio e un po’ più di tempo, non le pongono io, ma le pongono i giornalisti stessi che le hanno formulate o comunque che ci siamo distribuite tra noi per farle. Allora, cominciamo con una domanda che Le viene posta dalla signora Collins per la televisione “Univision”, che è una delle televisioni che segue questo viaggio; è una signora messicana che ci farà la domanda in spagnolo e poi io la ripeterò in italiano per tutti.

    1a Domanda: Santo Padre, il Messico e Cuba sono stati terre in cui i viaggi del suo Predecessore hanno fatto storia. Con quale animo e con quali speranze Lei si mette oggi sulle sue tracce?


    R - Santo Padre: Cari amici, anzitutto vorrei dire: benvenuti e grazie per il vostro accompagnamento in questo viaggio, che speriamo sia benedetto dal Signore. Io, in questo viaggio, mi sento totalmente nella continuità con Papa Giovanni Paolo II. Mi ricordo benissimo del suo primo viaggio in Messico, che è stato realmente storico. In una situazione giuridica ancora molto confusa, ha aperto le porte, ha incominciato una nuova fase della collaborazione tra Chiesa, società e Stato. E mi ricordo bene anche del suo viaggio storico in Cuba. Quindi, cerco di andare nelle sue tracce e continuare quanto lui ha cominciato. Per me c’era, fin dall’inizio, un desiderio di visitare il Messico. Da cardinale sono stato in Messico, con ottimi ricordi, e ogni mercoledì sento l’applauso, la gioia dei messicani. Essere adesso da Papa, qui, per me è una grande gioia e risponde ad un desiderio che ho avuto da tanto tempo. Per dire quali sentimenti mi toccano, mi vengono in mente le parole del Vaticano II “gaudium et spes, luctus et angor”, gioia e speranza, ma anche lutto e angoscia. Condivido le gioie e le speranze, ma condivido anche il lutto e le difficoltà di questo grande Paese. Vado per incoraggiare e per imparare, per confortare nella fede, nella speranza e nella carità, e per confortare nell’impegno per il bene e nell’impegno per la lotta contro il male. Speriamo che il Signore ci aiuti!

    P. Lombardi: Grazie, Santità. E ora diamo la parola al dott. Alatorre,che rappresenta Tele Azteca, una delle grandi televisioni messicane che ci seguiranno in questi giorni:

    2a Domanda: Santità, il Messico è un Paese con risorse e possibilità meravigliose, ma in questi anni sappiamo che è anche terra di violenza per il problema del narcotraffico. Si parla di 50.000 morti negli ultimi cinque anni. Come affronta la Chiesa cattolica questa situazione? Lei avrà parole per i responsabili, e per i trafficanti che a volte si professano cattolici o addirittura benefattori della Chiesa?

    R - Santo Padre: Noi conosciamo bene tutte le bellezze del Messico, ma anche questo grande problema del narcotraffico e della violenza. E’ certamente una grande responsabilità per la Chiesa cattolica in un Paese con l’80 per cento di cattolici. Dobbiamo fare il possibile contro questo male distruttivo dell’umanità e della nostra gioventù. Direi che il primo atto è annunciare Dio: Dio è il giudice, Dio che ci ama, ma ci ama per attirarci al bene, alla verità contro il male. Quindi, è grande responsabilità della Chiesa educare le coscienze, educare alla responsabilità morale e smascherare il male, smascherare questa idolatria del denaro, che schiavizza gli uomini solo per questa cosa; smascherare anche le false promesse, la menzogna, la truffa, che sta dietro la droga. Dobbiamo vedere che l’uomo ha bisogno dell’infinito. Se Dio non c’è, l’infinito si crea i suoi propri paradisi, un’apparenza di “infintitudini” che può essere solo una menzogna. Perciò è tanto importante che Dio sia presente, accessibile; è una grande responsabilità davanti al Dio giudice che ci guida, ci attira alla verità e al bene, e in questo senso la Chiesa deve smascherare il male, rendere presente la bontà di Dio, rendere presente la sua verità, il vero infinito del quale abbiamo sete. E’ il grande dovere della Chiesa. Facciamo tutti insieme il possibile, sempre più.

    P. Lombardi: Santità, la terza domanda Le viene posta da Valentina Alazraki per Televisa, una delle veterane dei nostri viaggi che Lei ben conosce e che è così lieta che finalmente Lei possa andare anche nel suo Paese:

    3a Domanda: Santità, noi Le diamo veramente il benvenuto in Messico: siamo tutti contenti che Lei vada in Messico. La domanda è la seguente: Santo Padre, dal Messico Lei ha detto di volersi rivolgere all’intera America Latina nel bicentenario dell’indipendenza. L’America Latina, nonostante lo sviluppo, continua ad essere una regione di contrasti sociali, dove si trovano i più ricchi accanto ai più poveri. A volte sembra che la Chiesa cattolica non sia sufficientemente incoraggiata ad impegnarsi in questo campo. Si può continuare a parlare di “teologia della liberazione” in un modo positivo, dopo che certi eccessi – sul marxismo o la violenza – sono stati corretti?

    R - Santo Padre: Naturalmente la Chiesa deve sempre chiedere se si fa a sufficienza per la giustizia sociale in questo grande Continente. Questa è una questione di coscienza che dobbiamo sempre porci. Chiedere: che cosa può e deve fare la Chiesa, che cosa non può e non deve fare. La Chiesa non è un potere politico, non è un partito, ma è una realtà morale, un potere morale. In quanto la politica fondamentalmente dev’essere una realtà morale, la Chiesa, su questo binario, ha fondamentalmente a che fare con la politica. Ripeto quanto avevo già detto: il primo pensiero della Chiesa è educare le coscienze e così creare la responsabilità necessaria; educare le coscienze sia nell’etica individuale, sia nell’etica pubblica. E qui forse c’è una mancanza. Si vede, in America Latina ma anche altrove, presso non pochi cattolici, una certa schizofrenia tra morale individuale e pubblica: personalmente, nella sfera individuale, sono cattolici, credenti, ma nella vita pubblica seguono altre strade che non corrispondono ai grandi valori del Vangelo, che sono necessari per la fondazione di una società giusta. Quindi, bisogna educare a superare questa schizofrenia, educare non solo ad una morale individuale, ma ad una morale pubblica, e questo cerchiamo di farlo con la Dottrina Sociale della Chiesa, perché, naturalmente, questa morale pubblica dev’essere una morale ragionevole, condivisa e condivisibile anche da non credenti, una morale della ragione. Certo, noi nella luce della fede possiamo meglio vedere tante cose che anche la ragione può vedere, ma proprio la fede serve anche per liberare la ragione dagli interessi falsi e dagli oscuramenti degli interessi, e così creare nella dottrina sociale, i modelli sostanziali per una collaborazione politica, soprattutto per il superamento di questa divisione sociale, antisociale, che purtroppo esiste. Vogliamo lavorare in questo senso. Non so se la parola “teologia della liberazione”, che si può anche interpretare molto bene, ci aiuterebbe molto. Importante è la comune razionalità alla quale la Chiesa offre un contributo fondamentale e deve sempre aiutare nell’educazione delle coscienze, sia per la vita pubblica, sia per la vita privata.

    P. Lombardi: Grazie Santità. E ora una quarta domanda. Questa la fa una delle nostre “decane” di questi viaggi, ma sempre giovane, Paloma Gómez Borrero, che rappresenta anche la Spagna in questo viaggio, che naturalmente ha una grande interesse anche per gli spagnoli.

    4a Domanda: Santità, guardiamo a Cuba. Tutti ricordiamo le famose parole di Giovanni Paolo II: “Che Cuba si apra al mondo e che il mondo si apra a Cuba”. Sono passati 14 anni, ma sembra che queste parole siano ancora attuali. Come Lei sa, durante l’attesa del suo viaggio, molte voci di oppositori e di sostenitori dei diritti umani si sono fatte sentire. Santità, Lei pensa di riprendere il messaggio di Giovanni Paolo II, pensando sia alla situazione interna di Cuba, sia a quella internazionale?

    R - Santo Padre: Come ho già detto, mi sento in assoluta continuità con le parole del Santo Padre Giovanni Paolo II, che sono ancora attualissime. Questa visita del Papa ha inaugurato una strada di collaborazione e di dialogo costruttivo; una strada che è lunga e che esige pazienza, ma va avanti. Oggi è evidente che l’ideologia marxista com’era concepita, non risponde più alla realtà: così non si può più rispondere e costruire un società; devono essere trovati nuovi modelli, con pazienza e in modo costruttivo. In questo processo, che esige pazienza ma anche decisione, vogliamo aiutare in spirito di dialogo, per evitare traumi e per aiutare il cammino verso una società fraterna e giusta come la desideriamo per tutto il mondo e vogliamo collaborare in questo senso. E’ ovvio che la Chiesa stia sempre dalla parte della libertà: libertà della coscienza, libertà della religione. In tale senso contribuiamo, contribuiscono proprio anche semplici fedeli in questo cammino in avanti.

    P. Lombardi: Grazie Santità, come può immaginare, ci sarà grande attenzione per i suoi discorsi a Cuba da parte di tutti noi. Ed ora per la quinta domanda diamo la parola ad un francese, perché appunto ci sono anche gli altri popoli qui che sono presenti. De La Vaissière è il corrispondente della France Press a Roma, e ci ha proposto diverse domande interessanti per questo Viaggio e quindi era giusto che lui interpretasse anche le nostre domande e le nostre attese.

    5° Domanda: Santità, dopo la Conferenza di Aparecida si parla di “missione continentale” della Chiesa in America Latina; fra pochi mesi vi sarà il Sinodo sulla nuova evangelizzazione e inizierà l’Anno della fede. Anche in America Latina vi sono le sfide della secolarizzazione, delle sette. In Cuba vi sono le conseguenze di una lunga propaganda dell’ateismo, la religiosità afrocubana è molto diffusa. Pensa che questo viaggio sia un incoraggiamento per la “nuova evangelizzazione” e quali sono i punti che Le stanno più a cuore in questa prospettiva?

    R - Santo Padre: Il periodo della nuova evangelizzazione è cominciato con il Concilio; questa era fondamentalmente l’intenzione di Papa Giovanni XXIII; è stata molto sottolineata da Papa Giovanni Paolo II e la sua necessità, in un mondo che è in grande cambiamento, diventa sempre più evidente. Necessità nel senso che il Vangelo deve esprimersi in modi nuovi; necessità anche nell’altro senso, che il mondo ha bisogno di una parola nella confusione, nella difficoltà di orientarsi oggi. C’è una situazione comune del mondo, c’è la secolarizzazione, l’assenza di Dio, la difficoltà di trovare accesso, di vederlo come una realtà che concerne la mia vita. E dall’altra parte ci sono i contesti specifici; lei ha accennato a quelli di Cuba con il sincretismo afro-cubano, con tante altre difficoltà, ma ogni Paese ha la sua situazione culturale specifica. E da una parte dobbiamo partire dal problema comune: come oggi, in questo contesto della nostra moderna razionalità, possiamo di nuovo riscoprire Dio come l’orientamento fondamentale della nostra vita, la speranza fondamentale della nostra vita, il fondamento dei valori che realmente costruiscono una società, e come possiamo tener conto della specificità delle situazioni diverse. Il primo mi sembra molto importante: annunciare un Dio che risponde alla nostra ragione, perche vediamo la razionalità del cosmo, vediamo che c’è qualcosa dietro, ma non vediamo come sia vicino questo Dio, come concerne me e questa sintesi del Dio grande e maestoso e del Dio piccolo che è vicino a me, mi orienta, mi mostra i valori della mia vita è il nucleo dell’evangelizzazione. Quindi un Cristianesimo essenzializzato, dove si trova realmente il nucleo fondamentale per vivere oggi con tutti i problemi del nostro tempo. E dall’altra parte, tenere conto della realtà concreta. In America Latina, in genere, è molto importante che il Cristianesimo non sia mai tanto una cosa della ragione, ma del cuore. La Madonna di Guadalupe è riconosciuta ed amata da tutti, perché capiscono che è una Madre per tutti ed è presente dall’inizio in questa nuova America Latina, dopo l’arrivo degli Europei. E pure in Cuba abbiamo la Madonna del Cobre, che tocca i cuori e tutti sanno intuitivamente che è vero, che questa Madonna ci aiuta, che esiste, ci ama e ci aiuta. Ma questa intuizione del cuore deve collegarsi con la razionalità della fede e con la profondità della fede che va oltre la ragione. Dobbiamo cercare di non perdere il cuore, ma di collegare cuore e ragione, così che cooperino, perché solo così l’uomo è completo e può realmente aiutare e lavorare per un futuro migliore.

    © Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticano

    APOSTOLISCHE REISE NACH MEXIKO UND IN DIE REPUBLIK KUBA

    Pope Benedict XVI, left, blesses a baby upon his arrival at Parque del Bicentenario in Silao, Mexico, Sunday, March 25, 2012.
    [Video][Francese, Inglese, Italiano, Polacco, Portoghese, Spagnolo, Tedesco]



    GRUSS AN DIE KINDER
    GRUSSWORTE VON PAPST BENEDIKT XVI.
    Plaza de la Paz, Guanajuato
    Samstag, 24. März 2012

    Liebe Kinder!
    Ich bin froh, euch zu treffen und eure fröhlichen Gesichter zu sehen, die diesen schönen Platz füllen. Ihr steht im Herzen des Papstes an ganz wichtiger Stelle. Und in diesem Augenblick möchte ich, daß dies alle Kinder Mexikos wissen, besonders die, welche die Last des Leidens, der Verlassenheit, der Gewalt oder die des Hungers ertragen, der in diesen Monaten aufgrund der Trockenheit in einigen Gegenden sehr spürbar geworden ist. Danke für diese Feier des Glaubens, für eure fröhliche Teilnahme und für die Freude, die ihr mit euren Gesängen zum Ausdruck gebracht habt. Heute sind wir voller Jubel, und das ist wichtig. Gott möchte, daß wir immer glücklich sind. Er kennt uns und er liebt uns. Wenn wir zulassen, daß die Liebe Christi unser Herz verwandelt, dann werden wir die Welt verwandeln können. Das ist das Geheimnis des echten Glücks.
    Dieser Ort, an dem wir uns befinden, hat einen Namen, der die Sehnsucht ausdrückt, die alle Völker im Herzen tragen: "Der Friede" – ein Geschenk, das von oben kommt. „Friede sei mit euch!“ (Joh 20,21). Das sind die Worte des auferstandenen Herrn. Wir hören sie in jeder Messe, und heute erklingen sie von neuem hier, in der Hoffnung, daß jeder zu einem Friedensstifter werde und zu einem Boten jenes Friedens, für den Christus sein Leben hingegeben hat.
    Der Jünger Jesu antwortet auf das Böse nicht mit Bösem, sondern ist immer ein Werkzeug des Guten, ein Bote der Vergebung, ein Überbringer der Fröhlichkeit, ein Diener der Einheit. Jesus möchte in das Leben eines jeden von euch eine Geschichte der Freundschaft einschreiben. Behaltet ihn also als euren allerbesten Freund. Er wird niemals müde euch zu ermuntern, immer alle zu lieben und Gutes zu tun. Ihr hört ihn, wenn ihr stets beharrlich mit ihm in Verbindung bleibt; er wird euch auch in den schwierigsten Situationen helfen.
    Ich bin gekommen, damit ihr meine Zuneigung spürt. Jeder von euch ist ein Geschenk Gottes für Mexiko und für die Welt. Eure Familie, die Kirche, die Schule und die Verantwortlichen in der Gesellschaft müssen alle gemeinsam daran arbeiten, damit ihr als Erbe eine bessere Welt erhalten könnt, ohne Neid und Zweitracht.
    Darum möchte ich meine Stimme erheben und alle auffordern, die Kinder zu beschützen und auf sie zu achten, damit ihr Lächeln nie vergehe, sie in Frieden leben und vertrauensvoll in die Zukunft blicken können.
    Ihr, meine kleinen Freunde, seid nicht allein. Verlaßt euch auf die Hilfe Christi und seiner Kirche, um einen christlichen Lebensstil zu pflegen. Nehmt an der Sonntagsmesse, an der Katechese, an Apostolatsgruppen teil und sucht nach Orten des Gebets, der Geschwisterlichkeit und der Liebe. So lebten die seligen Cristobal, Antonius und Johannes, die kleinen Märtyrer von Tlaxcala. Als sie zur Zeit der ersten Evangelisierung Mexikos Jesus kennenlernten, haben sie entdeckt, daß es keinen größeren Schatz gibt als ihn. Sie waren klein wie ihr, und von ihnen können wir lernen, daß man nicht erst ab einem bestimmten Alter lieben und dienen kann.
    Ich würde mich gerne länger bei euch aufhalten, aber ich muß schon wieder gehen. Bleiben wir im Gebet beisammen. So bitte ich euch nun, immer zu beten, auch zu Hause; auf diese Weise werdet ihr die Freude erleben, in der Familie mit Gott zu sprechen. Betet für alle, auch für mich. Ich werde für euch beten, daß Mexiko eine Heimstatt sei, in der alle seine Bewohner in Ruhe und Harmonie leben. Ich segne euch von Herzen und bitte euch, die Liebe und den Segen des Papstes zu euren Eltern und Geschwistern zu tragen, wie auch zu allen anderen, die euch nahestehen. Die Heilige Jungfrau begleite euch.
    Vielen Dank, meine kleinen Freunde!

    VOYAGE APOSTOLIQUE DU PAPE BENOÎT XVI AU MEXIQUE ET À CUBA





    MESSE
    HOMÉLIE DU PAPE BENOÎT XVI
    Parc des expositions du Bicentenaire de León
    Dimanche 25 mars 2012

    Chers frères et sœurs,
    Je me réjouis d’être parmi vous, et je remercie vivement Mgr José Guadalupe Martín Rábago, Archevêque de León, pour ses aimables paroles de bienvenue. Je salue l’épiscopat mexicain, de même que Messieurs les Cardinaux et les autres Évêques ici présents, particulièrement ceux qui sont venus de l’Amérique Latine et des Caraïbes. Mon salut chaleureux va également aux autorités qui nous accompagnent, de même qu’à tous ceux qui se sont réunis pour participer à cette Sainte Messe présidée par le Successeur de Pierre.
    « Crée en moi un cœur pur, ô mon Dieu » (Ps 50, 12), avons-nous invoqué dans le psaume responsorial. Cette exclamation montre la profondeur avec laquelle nous devons nous préparer à célébrer la semaine prochaine le grand mystère de la passion, mort et résurrection du Seigneur. Elle nous aide pareillement à regarder au plus profond du cœur humain, spécialement dans les moments à la fois de douleur et d’espérance, comme ceux que traverse actuellement le peuple mexicain et bien d’autres de l’Amérique Latine.
    Le désir d’un cœur pur, sincère, humble, agréable à Dieu, était déjà très ressenti par Israël, à mesure qu’il prenait conscience de la persistance du mal et du péché en son sein, comme une puissance pratiquement implacable et impossible à dépasser. Il restait seulement à se confier à la miséricorde de Dieu tout-puissant et dans l’espérance qu’il changera de l’intérieur, au fond du cœur, une situation insupportable, obscure et sans avenir. Ainsi fut ouvert le chemin du recours à la miséricorde infinie du Seigneur, qui ne veut pas la mort du pécheur, mais qu’il se convertisse et vive (cf. Ez 33,11). Un cœur pur, un cœur nouveau, est celui qui se reconnait impuissant par lui-même, et s’en remet entre les mains de Dieu pour continuer à espérer en ses promesses. De cette manière, le psalmiste peut dire avec conviction au Seigneur : « Vers toi, reviendront les égarés » (Ps 50, 15). Et, vers la fin du psaume, il donnera une explication qui est en même temps une ferme confession de foi : « Tu ne repousses pas, ô mon Dieu, un cœur brisé et broyé » (v. 19).
    L’histoire d’Israël raconte aussi des grandes prouesses et des batailles. Toutefois, au moment d’affronter son existence la plus authentique, son destin le plus décisif : le salut, il met son espérance en Dieu plus qu’en ses propres forces, en Dieu qui peut recréer un cœur nouveau, qui n’est ni insensible ni arrogant. Cela peut nous rappeler aujourd’hui, à chacun de nous et à nos peuples que, quand il s’agit de la vie personnelle et communautaire dans sa dimension la plus profonde, les stratégies humaines ne suffiront pas pour nous sauver. On doit aussi avoir recours au seul qui peut donner la vie en plénitude, parce qu’il est lui-même l’essence de la vie et son auteur, et il nous a donné d’y participer par son Fils Jésus-Christ.
    L’Évangile d’aujourd’hui poursuit en nous faisant voir comment ce désir antique de vie plénière s’est accompli réellement dans le Christ. Saint Jean l’explique dans un passage où le désir de quelques grecs de voir Jésus coïncide avec le moment où le Seigneur va être glorifié. À la demande des grecs, représentants du monde païen, Jésus répond en disant : « L’heure est venue pour le Fils de l’homme d’être glorifié » (Jn 12, 23). Voici une réponse étrange, qui semble incohérente avec la demande des grecs. Qu’est-ce que la glorification de Jésus a à voir avec la demande de le rencontrer ? Il existe pourtant un lien. Quelqu’un pourrait penser – observe saint Augustin – que Jésus se sent glorifié parce que les gentils viennent à lui. Nous dirions aujourd’hui: quelque chose de similaire aux applaudissements de la foule qui rend « gloire » aux grands de ce monde. Il n’en est pourtant pas ainsi. « Il était convenable que la grandeur de sa glorification soit précédée par l’humiliation de sa passion » (In Joannis Ev., 51, 9 : PL 35, 1766).
    La réponse de Jésus, annonçant sa passion imminente, veut dire qu’une rencontre fortuite en ces moments-là serait superflue et peut-être trompeuse. Ce que les grecs désirent voir, en réalité ils le verront quand il sera élevé sur la croix, d’où il attirera tous les hommes à lui (cf. Jn 12, 32). Là commencera sa « gloire », à cause de son sacrifice d’expiation pour tous ; comme le grain de blé tombé en terre qui, en mourant, germe et porte beaucoup de fruit. Ils rencontreront celui qu’assurément ils recherchaient, sans le savoir, dans leurs cœurs, le vrai Dieu qui se rend reconnaissable à tous les peuples. Ceci est également la manière par laquelle Notre-Dame de Guadeloupe a montré son divin Fils à saint Juan Diego. Non pas comme un héros prodigieux d’une légende, mais comme le vrai Dieu, pour lequel on vit, le Créateur de toutes les personnes, dans la proximité et l’immédiateté, le Créateur du ciel et de la terre (cf. Nican Mopohua, v. 33). La Vierge fit en ce moment ce dont elle avait déjà fait l’expérience lors des Noces de Cana. Devant la gêne causée par le manque de vin, elle a indiqué clairement aux serviteurs que la voie à suivre était son Fils : « Faites tout ce qu’il vous dira » (Jn 2, 5).
    Chers frères, en venant ici j’ai pu m’approcher du monument dédié au Christ Roi, sur la hauteur du Cubilete. Mon vénéré prédécesseur, le bienheureux Pape Jean-Paul II, bien que l’ayant désiré ardemment, n’a pas pu visiter, ce lieu emblématique de la foi du peuple mexicain, au cours de ses voyages dans cette terre bien-aimée. Il se réjouira certainement aujourd’hui du ciel du fait que le Seigneur m’ait donné la grâce de pouvoir être maintenant avec vous, comme il bénirait aussi tant de millions de mexicains qui ont voulu vénérer récemment ses reliques partout dans le pays. Et bien, c’est le Christ Roi qui est représenté dans ce monument. Pourtant les couronnes qui l’accompagnent, l’une de souverain et l’autre d’épines, montrent que sa royauté n’est pas comme beaucoup l’avaient comprise et la comprennent. Son règne ne consiste pas dans la puissance de ses armées pour soumettre les autres par la force ou la violence. Il se fonde sur un pouvoir plus grand qui gagne les cœurs: l’amour de Dieu qu’il a apporté au monde par son sacrifice, et la vérité dont il a rendu témoignage. C’est cela sa seigneurie, que personne ne pourra lui enlever, et que personne ne doit oublier. C’est pourquoi, il est juste que, par-dessus tout, ce sanctuaire soit un lieu de pèlerinage, de prière fervente, de conversion, de réconciliation, de recherche de la vérité et de réception de la grâce. À lui, au Christ, demandons qu’il règne dans nos cœurs en les rendant purs, dociles, pleins d’espérance et courageux dans leur humilité.
    Aujourd’hui aussi, depuis ce parc par lequel on veut rappeler le bicentenaire de la naissance de la nation mexicaine, qui unit en elle beaucoup de différences, mais avec un destin et une ardeur communs, demandons au Christ un cœur pur, où il puisse habiter comme prince de la paix, grâce au pouvoir de Dieu, qui est pouvoir du bien, pouvoir d’amour. Et, pour que Dieu habite en nous, il faut l’écouter; il faut se laisser interpeler par sa Parole chaque jour, en la méditant dans son cœur, à l’exemple de Marie (cf. Lc 2, 51). Ainsi grandit notre amitié personnelle avec lui ; s’apprend ce qu’il attend de nous et se reçoit le courage pour le faire connaître aux autres.
    À Aparecida, les Évêques de l’Amérique latine et des Caraïbes ont ressenti avec clairvoyance la nécessité de renforcer, de renouveler et de revitaliser la nouveauté de l’Évangile enracinée dans l’histoire de ces terres « depuis la rencontre personnelle et communautaire avec Jésus-Christ, qui suscite des disciples et des missionnaires » (Document conclusif, 11). La Mission Continentale, qui est maintenant mise en acte dans chaque diocèse de ce Continent, a précisément pour but de faire parvenir cette conviction à tous les chrétiens et aux communautés ecclésiales, pour qu’ils résistent à la tentation d’une foi superficielle et routinière, parfois fragmentaire et incohérente. Ici aussi, on doit dépasser la fatigue de la foi et récupérer « la joie d’être chrétiens, le fait d’être soutenus par le bonheur intérieur de connaître le Christ et d’appartenir à son Église. De cette joie naissent aussi les énergies pour servir le Christ dans les situations opprimantes de souffrance humaine, pour se mettre à sa disposition sans se replier sur son propre bien-être » (Discours à la Curie romaine, 22 décembre 2011). Nous le voyons très bien dans les saints, qui se sont donnés pleinement à la cause de l’Évangile avec enthousiasme et avec joie, sans épargner les sacrifices, y compris celui de leur propre vie. Leur cœur était un choix inconditionnel pour le Christ, dont ils ont appris ce que signifie aimer vraiment jusqu’au bout.
    En ce sens, l’Année de la foi, à laquelle j’ai convié toute l’Église, « est une invitation à une conversion authentique et renouvelée au Seigneur, unique Sauveur du monde […] la foi grandit quand elle est vécue comme expérience d’un amour reçu et quand elle est communiquée comme expérience de grâce et de joie » (Porta fidei, 11 octobre 2011, nn. 6,7).
    Demandons à la Vierge Marie de nous aider à purifier notre cœur, particulièrement alors que s’approche la célébration des fêtes de Pâques, pour que nous puissions mieux participer au mystère du salut de son Fils, tel qu’elle l’a fait connaître sur ces terres. Et demandons-lui aussi de continuer à accompagner et à protéger ses chers enfants mexicains et latino-américains, pour que le Christ règne dans leur vie et les aide à promouvoir avec audace la paix, la concorde, la justice et la solidarité. Amen.

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    VIAJE APOSTÓLICO DE BENEDICTO XVI A MÉXICO Y A LA REPÚBLICA DE CUBA

    Pope Benedict XVI waves to faithful as he arrives for a vespers with bishops of Mexico and the American continent at the Cathedral in Leon, Mexico, Sunday, March 25, 2012. Benedict arrived in Mexico Friday afternoon, a decade after the late Pope John Paul II's last visit, and will travel to Cuba on Monday.


    BENEDICTO XVI
    ÁNGELUS

    Parque Expo Bicentenario de León
    V Domingo de Cuaresma - 25 de marzo de 2012
    Queridos hermanos y hermanas:
    En el Evangelio de este domingo, Jesús habla del grano de trigo que cae en tierra, muere y se multiplica, respondiendo a algunos griegos que se acercan al apóstol Felipe para pedirle: «Quisiéramos ver a Jesús» (Jn 12,21). Nosotros hoy invocamos a María Santísima y le suplicamos: «Muéstranos a Jesús».
    Al rezar ahora el Ángelus, recordando la Anunciación del Señor, nuestros ojos también se dirigen espiritualmente hacia el cerro del Tepeyac, al lugar donde la Madre de Dios, bajo el título de «la siempre virgen santa María de Guadalupe», es honrada con fervor desde hace siglos, como signo de reconciliación y de la infinita bondad de Dios para con el mundo.
    Mis Predecesores en la Cátedra de san Pedro la honraron con títulos tan entrañables como Señora de México, celestial Patrona de Latinoamérica, Madre y Emperatriz de este Continente. Sus fieles hijos, a su vez, que experimentan sus auxilios, la invocan llenos de confianza con nombres tan afectuosos y familiares como Rosa de México, Señora del Cielo, Virgen Morena, Madre del Tepeyac, Noble Indita.
    Queridos hermanos, no olviden que la verdadera devoción a la Virgen María nos acerca siempre a Jesús, y «no consiste ni en un estéril y transitorio sentimentalismo, ni en una vana credulidad, sino que procede de la fe verdadera, que nos lleva a reconocer la excelencia de la Madre de Dios y nos inclina a un amor filial hacia nuestra Madre y a la imitación de sus virtudes» (Lumen gentium, 67). Amarla es comprometerse a escuchar a su Hijo, venerar a la Guadalupana es vivir según las palabras del fruto bendito de su vientre.
    En estos momentos en que tantas familias se encuentran divididas o forzadas a la migración, cuando muchas padecen a causa de la pobreza, la corrupción, la violencia doméstica, el narcotráfico, la crisis de valores o la criminalidad, acudimos a María en busca de consuelo, fortaleza y esperanza. Es la Madre del verdadero Dios, que invita a estar con la fe y la caridad bajo su sombra, para superar así todo mal e instaurar una sociedad más justa y solidaria.
    Con estos sentimientos, deseo poner nuevamente bajo la dulce mirada de Nuestra Señora de Guadalupe a este País y a toda Latinoamérica y el Caribe. Confío a cada uno de sus hijos a la Estrella de la primera y de la nueva evangelización, que ha animado con su amor materno su historia cristiana, dando expresión propia a sus gestas patrias, a sus iniciativas comunitarias y sociales, a la vida familiar, a la devoción personal y a la Misión continental que ahora se está desarrollando en estas nobles tierras. En tiempos de prueba y dolor, ella ha sido invocada por tantos mártires que, a la voz de «viva Cristo Rey y María de Guadalupe», han dado testimonio inquebrantable de fidelidad al Evangelio y entrega a la Iglesia. Le suplico ahora que su presencia en esta querida Nación continúe llamando al respeto, defensa y promoción de la vida humana y al fomento de la fraternidad, evitando la inútil venganza y desterrando el odio que divide. Santa María de Guadalupe nos bendiga y nos alcance por su intercesión abundantes gracias del Cielo.
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    VIAGEM APOSTÓLICA AO MÉXICO E À REPÚBLICA DE CUBA CELEBRAÇÃO DAS VÉSPERAS

    Pope Benedict XVI (C) waves upon his arrival at Nuestra Senora de La Luz (Our Lady of Light) Cathedral for a mass with Latin American Archbishops in Leon, Mexico on March 25, 2012. In only his second trip to the world's most Catholic continent, Pope Benedict XVI is visiting Mexico before travelling to Cuba on Monday.
    CELEBRAÇÃO DAS VÉSPERAS
    COM OS BISPOS DO MÉXICO E DA AMÉRICA LATINA
    DISCURSO DO PAPA BENTO XVI
    León, Catedral de Nossa Senhora da Luz
    Domingo, 25 de Março de 2012

    Senhores Cardeais,
    Amados Irmãos no Episcopado!
    Sinto uma grande alegria em rezar com todos vós nesta Basílica-Catedral de León, dedicada a Nossa Senhora da Luz. Na linda imagem que aqui se venera, a Virgem Santíssima segura o seu Filho com grande ternura numa mão, enquanto estende a outra para socorrer os pecadores. Assim contempla Maria a Igreja de todos os tempos, que A louva por nos ter dado o Redentor e se entrega a Ela por ser a Mãe que o seu divino Filho, pregado na cruz, nos deixou. Por isso, frequentemente A invocamos como «esperança nossa», porque nos mostrou Jesus e duma forma simples – como se as explicasse aos pequenitos de casa – nos transmitiu as maravilhas que Deus fez e continua a fazer pela humanidade.
    Um sinal decisivo destas maravilhas no-lo oferece a Leitura Breve que foi proclamada nestas Vésperas. Os habitantes de Jerusalém e os seus chefes não reconheceram Cristo, mas, ao condená-Lo à morte, de facto cumpriram as palavras dos profetas (cf. Act 13, 27). É verdade! A maldade e a ignorância dos homens não é capaz de travar o plano divino de salvação, a redenção. O mal não tem poder para isso.
    Outra maravilha de Deus é-nos recordada pelo segundo salmo que recitámos: o «rochedo» transforma-se «em lago e a pedra em fonte de água» (Sal 113, 8). O que poderia ser pedra de tropeço e de escândalo, com o triunfo de Jesus sobre a morte, convertera-se em pedra angular: «Tudo isto veio do Senhor, é admirável aos nossos olhos» (Sal 117, 23). Por isso não há motivos para render-se à prepotência do mal. E peçamos ao Senhor Ressuscitado que se manifeste a sua força nas nossas fraquezas e faltas.
    Esperava ardentemente este encontro convosco, Pastores da Igreja de Cristo que peregrina no México e nos restantes países deste grande Continente, como uma ocasião para, juntos, contemplarmos Cristo que vos confiou a importante tarefa de anunciar o Evangelho no meio destes povos de forte tradição católica. Com certeza, a situação actual das vossas dioceses apresenta desafios e dificuldades de origem muito diversa. Mas, sabendo que o Senhor ressuscitou, podemos avançar confiadamente, seguros de que o mal não tem a última palavra na história e de que Deus é capaz de abrir novos espaços a uma esperança que não desilude (cf. Rm 5, 5).
    Agradeço a cordial saudação que me dirigiu o Senhor Arcebispo de Tlalnepantla e Presidente da Conferência Episcopal Mexicana e do Conselho Episcopal Latino-Americano, fazendo-se intérprete e porta-voz de todos. E a vós, Pastores das diversas Igrejas particulares, peço que, ao regressar às vossas sedes, transmitais aos vossos fiéis o profundo afecto do Papa, que guarda no seu coração todos os seus sofrimentos e aspirações.
    Ao ver espelhadas em vossos rostos as preocupações pela grei que apascentais, vêm-me à mente as Assembleias do Sínodo dos Bispos quando os participantes aplaudem a intervenção de alguém que exerce o seu ministério em situações particularmente dolorosas para a vida e a missão da Igreja. Este gesto brota da fé no Senhor, significando fraternidade nos trabalhos apostólicos, bem como gratidão e admiração pelos que semeiam o Evangelho entre espinhos, uns sob a forma de perseguição, outros sob a forma de marginalização ou desprezo. E não faltam preocupações também pela carência de meios e recursos humanos ou com as limitações impostas à liberdade da Igreja no cumprimento da sua missão.
    O Sucessor de Pedro compartilha estes sentimentos e agradece a vossa solicitude pastoral paciente e humilde. Não estais sozinhos nem nas dificuldades, nem nos sucessos da evangelização; todos estamos unidos nos sofrimentos e na consolação (cf. 2 Cor 1, 5). Sabei que ocupais um lugar particular na oração daquele que recebeu de Cristo o encargo de confirmar na fé os seus irmãos (cf. Lc 22, 31), e que os encoraja na missão de fazerem com que Nosso Senhor Jesus Cristo seja cada vez mais conhecido, amado e seguido nestas terras, sem se deixarem atemorizar pelas contrariedades.
    A fé católica marcou significativamente a vida, os costumes e a história deste Continente, onde muitas das suas nações estão a comemorar o bicentenário da independência. É um momento histórico sobre o qual continua a brilhar o nome de Cristo, trazido para aqui por insignes e generosos missionários, que O proclamaram com coragem e sabedoria. Eles arriscaram tudo por Cristo, mostrando que o homem encontra n’Ele a sua consistência e a força necessária para viver em plenitude e edificar uma sociedade digna do ser humano, como o quis o seu Criador. O ideal de não antepor nada ao Senhor e de fazer com que a Palavra de Deus chegue a todos, valendo-se das características próprias de cada um e das suas melhores tradições, continua a ser uma válida orientação para os Pastores de hoje.
    As iniciativas que surgirem motivadas pelo Ano da Fé devem ter como finalidade conduzir os homens a Cristo, cuja graça lhes permitirá deixar as cadeias do pecado que os escraviza e avançar para a liberdade autêntica e responsável. Para isto mesmo contribui também a Missão Continental promovida na Conferência de Aparecida e que já tantos frutos de renovação eclesial está dando nas Igrejas particulares da América Latina e do Caribe. Entre eles, contam-se o estudo, a difusão e a meditação da Sagrada Escritura, que anuncia o amor de Deus e a nossa salvação. Neste sentido, exorto-vos a continuardes a abrir os tesouros do Evangelho, a fim de que se transformem em força de esperança, liberdade e salvação para todos os homens (cf. Rm 1, 16). E sede também testemunhas e intérpretes fiéis da palavra do Filho encarnado, que viveu para cumprir a vontade do Pai e, sendo homem com os homens, Se consumiu por eles até à morte.
    Amados Irmãos no Episcopado, no horizonte pastoral e evangelizador que se abre diante de nós, é de capital importância cuidar com grande atenção dos seminaristas, encorajando-os a não se gloriarem de «saber outra coisa a não ser Jesus Cristo, e, Este, crucificado» (1 Cor 2, 2). Não menos fundamental se apresenta a solidariedade com os presbíteros, a quem nunca deve faltar a compreensão e o encorajamento do seu Bispo e, se necessária, também a sua paterna admoestação sobre atitudes contraproducentes. São os vossos primeiros colaboradores na comunhão sacramental do sacerdócio, aos quais deveis manifestar vossa proximidade constante e privilegiada. O mesmo se diga das diversas formas de vida consagrada, cujos carismas devem ser estimados com gratidão e acompanhados com responsabilidade e respeito pelo dom recebido. E uma atenção cada vez mais especial é devida aos leigos mais comprometidos na catequese, na animação litúrgica, na acção caritativa e no compromisso social. A sua formação na fé é crucial para tornar presente e fecundo o Evangelho na sociedade actual. E não é justo que se sintam tratados como quem pouco conta na Igreja, apesar do entusiasmo que sentem em trabalhar nela segundo a sua vocação própria, e o grande sacrifício que às vezes lhes requer esta dedicação. Em tudo isto, é particularmente importante para os Pastores que reine um espírito de comunhão entre sacerdotes, religiosos e leigos, evitando divisões estéreis, críticas e suspeitas nocivas.
    Com estes ardentes desejos, convido-vos a ser sentinelas que proclamam dia e noite a glória de Deus, que é a vida do homem. Estai do lado de quem é marginalizado pela violência, pelo poder ou por uma riqueza que ignora quem carece de quase tudo. A Igreja não pode separar o louvor de Deus do serviço aos homens. O único Deus Pai e Criador é que nos constituiu irmãos: ser homem é ser irmão e guardião do próximo. Neste caminho com toda a humanidade, a Igreja deve reviver e actualizar o que foi Jesus: o Bom Samaritano que, vindo de longe, se integrou na história dos homens, nos levantou e se prodigalizou pela nossa cura.
    Amados Irmãos no Episcopado, a Igreja na América Latina, que muitas vezes se uniu a Jesus Cristo na sua paixão, deve continuar a ser semente de esperança, que permita a todos ver como os frutos da Ressurreição alcançam e enriquecem estas terras.
    Que a Mãe de Deus, invocada com o título de Maria Santíssima da Luz, dissipe as trevas do nosso mundo e ilumine o nosso caminho, para podermos confirmar na fé o povo latino-americano nas suas fadigas e aspirações, com fidelidade, valentia e fé firme n’Aquele que tudo pode e a todos ama sem medida. Amen.


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    Benedetto XVI: Cerimonia di congedo nell’Aeroporto Internazionale di Guanajuato (26 marzo 2012)

    La mia breve ma intensa visita in Messico giunge ora alla fine. Ma non è la fine del mio affetto e della mia vicinanza ad un Paese che porto nell’intimo di me stesso. Parto colmo di esperienze indimenticabili, come indimenticabili sono tante attenzioni e dimostrazioni di affetto ricevute. Ringrazio per le cortesi parole che mi ha indirizzato il Signor Presidente, come pure per tutto quello che hanno fatto le Autorità per questo significativo Viaggio. E ringrazio con tutto il cuore quanti hanno facilitato o hanno collaborato affinché, sia negli aspetti importanti come nei più piccoli dettagli, gli eventi di queste giornate si siano svolti felicemente. Chiedo al Signore che tanti sforzi non siano stati vani, e che, con il suo aiuto, producano frutti abbondanti e duraturi nella vita di fede, speranza e carità di León e Guanajuato, del Messico e dei Paesi fratelli dell'America Latina e dei Caraibi.leggere...