sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

«Contigo caminhamos na esperança - Sabedoria e missão» é o tema da estada de Bento XVI em Portugal

[Cartaz+visita.jpg]

Visita do Papa quer desinstalar católicos



A Igreja pretende que a estadia de Bento XVI em Portugal, marcada para os dias 11 a 14 de Maio, seja capaz de “desinstalar os católicos” e tenha “consequências nos próximos anos”.

O desejo foi manifestado por D. Carlos Azevedo, coordenador da comissão que está a preparar a visita do Papa, durante a conferência de imprensa realizada esta Sexta-feira, em Lisboa. O tema “Contigo caminhamos na esperança – Sabedoria e Missão” orientará as actividades programadas.

A principal motivação da vinda de Bento XVI é a evocação dos 10 anos da beatificação dos Pastorinhos. Os momentos mais “emblemáticos” serão as missas em Lisboa, Fátima e Porto.

“Quando um Papa visita um país, dirige-se com uma proposta humilde e sólida a todos os habitantes, sabendo de antemão que alguns estarão mais receptivos e outros mais desinteressados, como é natural numa sociedade pluralista”, afirmou o prelado.

D. Carlos Azevedo não avançou uma estimativa para o número de participantes que acorrerão às celebrações eucarísticas nas três cidades. Em Lisboa, o Terreiro do Paço e ruas adjacentes têm capacidade para acolher 150 mil pessoas, número que ascende a 250 mil no caso da Avenida dos Aliados, no Porto.

Custos mínimos

Os encargos financeiros da visita de Bento XVI ainda não foram definidos. “Estamos ainda numa fase de recolha de orçamentos para a montagem dos altares em Lisboa e Porto”, disse D. Carlos Azevedo.

A Câmara Municipal do Porto responsabilizou-se pelo altar, o que não acontecerá com a autarquia da capital. Em Lisboa, as despesas vão ser suportadas pelo Patriarcado, em conjunto com mecenas que estão a ser contactados.

A quantia necessária à hospedagem em Lisboa do séquito papal, composto por cerca de 30 pessoas, será dividida entre a diocese e o Estado, dado que se trata de uma visita oficial.

“Queremos que os custos sejam mínimos, simples e sem gastos supérfluos, tendo em conta a actual situação social”, sublinhou o prelado.

Concepção gráfica da imagem da visita

Nas palavras de D. Carlos Azevedo, a fotografia do cartaz “captou a timidez e a amabilidade de Bento XVI”, bem como a “forma sublime como mostra a mão que nos acena, abençoa e saúda”. O prelado sublinhou igualmente a referência à cruz, que está presente como sinal gráfico e na disposição das letras.

“Ao dedicar esta conferência de imprensa à divulgação da imagem, queremos comunicar o sentido da visita”, apontou o bispo auxiliar de Lisboa. A unificação da “gramática visual”, será aplicada ao site oficial, cartaz, estandartes, medalhas, lenços e t-shirts, entre outros meios.

A concepção gráfica foi escolhida entre três propostas. De acordo com a equipa que apresentou o design vencedor, a disposição visual, as formas e as cores procuram induzir uma “experiência espiritual”. Pretende-se, por outro lado, valorizar a missão do Papa como “chefe da Igreja”.

O logótipo, que se aproxima de uma configuração circular, faz referência à forma redonda, representação ancestral do sagrado.

Nova conferência de imprensa marcada para Março

No dia 26 de Março será realizado um novo encontro com os jornalistas, que revelará detalhes sobre os percursos do Papa e informações sobre a segurança da visita. D. Carlos Azevedo sublinhou que, neste domínio, “tem havido um grande empenhamento de todos os intervenientes para que a operação corra muito bem e sem percalços”.

O mês de Março será fundamental para mobilizar e credenciar os participantes que vão estar nos encontros restritos de Bento XVI.

O encontro do Papa com as personalidades do mundo da cultura, que ocorrerá a 12 de Maio, em Lisboa, reunirá participantes de todo o universo artístico, independentemente das suas crenças religiosas.

A sessão, que deverá durar cerca de uma hora, começará com a saudação do presidente da Comissão Episcopal da Cultura Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. Manuel Clemente. Seguir-se-ão as palavras do cineasta Manoel de Oliveira, antes da intervenção de Bento XVI.

(Fonte: site Agência Ecclesia)