terça-feira, 14 de julho de 2009

Santa Teresa de Los Andes – Fascinada por Deus



Festa 13 de julho

“Que felicidade! Como sou feliz em sacrificar tudo por Deus! Tudo não é nada em comparação com o que Nosso Senhor sacrificou por nós desde o berço até a cruz; desde a cruz até aniquilar-se inteiramente sob a forma de pão. Ele, um Deus, sob as espécies de pão e até a consumação dos séculos. Que grandeza de amor infinito! Amor não conhecido, amor não correspondido pela maioria dos homens.

Como quisera comunicar-te meus sentimentos! Como quisera fazer-te ver o horizonte infinito, belíssimo, incriado, que vivo contemplando! Amo a Deus mil vezes mais que antes, porque antes não o conhecia. Ele se revela e se mostra cada vez mais à alma que o busca sinceramente e que deseja conhecê-lo para amá-lo. Tudo o que é da terra me parece cada vez menor, mais miserável diante desta Divindade que, como Sol infinito, vai iluminando com seus raios minha alma miserável. Oh! Se por um instante pudesses penetrar-me até o íntimo, me verias presa por essa Beleza, por essa Bondade incompreensível... Como quisera prender os corações das criaturas e sujeitá-las ao amor divino! Tu não conheces o céu que, pela misericórdia de Deus, possuo em meu coração. Sim, em minha alma tenho um céu, porque Deus está em minha alma, e Deus é o céu.

Ama e faze o bem para possuir o bem imutável, o Bem infinito, o único que pode preencher e satisfazer tua vontade. Que posso eu? Nada. Absolutamente nada. Une-te a mim no agir, a fim de não ter outro motivo em nossos atos senão Deus. Mas nos separamos se não ages por Ele. Pois que abismo maior pode haver entre as obras feitas por Deus e as que se fazem por uma criatura!

Quando alguém ama, só pode falar do objeto amado. Ainda mais quando o objeto amado reúne em si todas as perfeições possíveis. Não sei como fazer outra coisa senão contemplá-lo e amá-lo. Que queres, se Jesus Cristo, este Louco de amor, me tornou louca? É um martírio o que padeço ao ver que corações nobres e bem nascidos, corações capazes de amar o bem, não amem o bem imutável; que corações agradecidos para com as criaturas não sejam para com Aquele que os sustenta, que lhes dá a vida e os ampara, que lhes dá e lhes deu tudo, até dar-se a Ele mesmo.

Pensa tranqüilamente quem é Deus e quem és tu, e tudo o que lhe deves. Vai a uma igreja, onde Jesus solitário te fale ao coração em místico silêncio. Une-te a mim. Acompanhemos o Deus abandonado e peçamos-lhe nos dê seu santo amor”.

Santa Teresa de Los Andes, ocd
Carta n°107

Santa Teresa de Los Andes – Apóstola da Eucaristia



Festa 13 de julho

“Tens de ser muito agradecida a Ele e deves dar-te a Ele: comungar todos os dias. Quando terei esta grande alegria de saber que, antes de iniciar teus estudos, vais receber nosso Senhor que a está esperando desde uma eternidade, já que Ele sabia as sagradas hóstias que consumirias? Oxalá minhas palavras não caiam em terreno árido, e que em tua próxima carta me digas que te unes a mim diariamente na comunhão. Para mim é inconcebível que, tendo ansiado por ser feliz, não busques Jesus. Depois de comungar temos tudo, porque temos Deus, que é nosso céu no desterro. Dir-me-ás que não sentes nada dessa felicidade. Mas então, eu te pergunto como te preparaste. Tomaste conhecimento da grandeza de Deus e do amor infinito que te manifesta ao reduzir-se a hóstia? Quando comungares reflete sobre o que vais fazer: todo um Ser eterno, que não necessita de ti para nada, visto que é Todo-Poderoso, um Ser imenso que está em todo lugar, um Ser infinito e majestoso diante do qual os anjos tremem, e com toda a sua pureza, este Ser vem cheio de infinito amor por ti, pobre criatura, cheia de pecados e misérias. Entre tantas pessoas que existem no mundo, és tu honrada com a visita desse grande Rei. Mais ainda: para que te aproximes a recebê-lo, Ele deixa seu esplendor e, sob a forma de pão, do mais simples dos alimentos, se une a sua pobre criatura, para tornar-se uma mesma coisa com ela. E Ele está ardendo em infinito amor, e ela permanece fria e indiferente, sem agradecer tão notável favor.

Perdoa-me meu sermão; mas te quero tanto e desejo que sejas muito boa; e, para isso, deves comungar. Quando, um dia, nos encontrarmos no céu, que pela misericórdia de Deus obteremos, agradecerás por te ter pedido tanto a comunhão diária, porque compreenderás que nela reside o germe da vida eterna”.

Santa Teresa de Los Andes, ocd
Carta n°117
fonte:a voz do silêncio