sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

MONS. WILLIAMSON SERÁ EXPLULSO DA ARGENTINA?



Expulsão de Dom Williamson

A notícia da possível expulsão de Dom Richard Williamson da Argentina é chocante. Segundo Florencio Randazzo, Ministro do Interior argentino, são duas as razões que motivam o governo:

1. “Por essas considerações (declarações antissemitas a um veículo de imprensa sueco) (...) o governo decide fazer uso das faculdades que lhe confere a lei de convidar o bispo a abandonar o país ou submeter-se à expulsão”.

2. “O órgão migratório argentino também aponta em sua decisão que Williamson mentiu sobre os motivos de sua permanência no país, declarando ser funcionário de uma associação civil, enquanto exercia a liderança religiosa e um seminário da Fraternidade Pio X”.


Os leitores argentinos nos ajudariam com informações precisas sobre o sistema legal naquele país. Qual lei argentina teria sido violada por Dom Williamson? Erros a respeito de acontecimentos históricos (que não tornam Dom Williamson antissemita) são punidos pelas leis argentinas? Será criado um tribunal de exceção para julgá-lo, com leis especialmente confeccionadas ad hoc? Ou não terá ele direito ao devido processo legal, sendo sujeito à expulsão sumária?


A segunda razão poderia ser o expediente legal usado para a expulsão. Teria Dom Williamson realmente dado uma declaração falsa para sua permanência na argentina? Haveria motivos para isso? Ser uma liderança religiosa e reitor de um seminário da Fraternidade é algo que se deva esconder ou que se esconde com facilidade na Argentina? É possível que Dom Williamson tenha omitido suas atividades religiosas, o que difere de mentir a respeito delas.


Não creio que um processo de expulsão baseado nas razões expostas tenha êxito num país democrático, cujas instituições funcionem legalmente. Corrijam-me os juristas, corrijam-me os argentinos, se me equivoco. Não duvido, todavia, que se encontrem lacunas legais desfavoráveis à permanência do bispo no país. Ou talvez estejamos diante de mais um factoide do governo Cristina Kirchner para ganhar manchetes favoráveis na mídia local e internacional.


Qual será a atitude do episcopado argentino diante da ameaça? Deixarão um bispo católico ser expulso do país por um “crime” de opinião, cometido em outro país? Deixarão um bispo católico ser expulso de um país católico sob a alegação de ter mentido às autoridades de imigração sem que tivesse motivos para isto? Um precedente desta natureza põe em risco todos os bispos da argentina que ousarem emitir opiniões que desagradem ao governo.

P.S.: Veio-me à mente uma curiosa associação de pessoas. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, é antissemita, inimigo do Estado de Israel e nega o Holocausto. Ahmadinejad é amigo e aliado de Hugo Chávez. Hugo Chávez financiou ilicitamente com seus petrodólares a campanha de Cristina Kirchner, é seu amigo e aliado. Alguém precisa explicar porque o "antissemitismo" midiaticamente construído para Dom Williamson é mais prejudicial à Argentina que o antissemitismo real e belicoso de um aliado do aliado e financiador do governo Kirchner. Estaria Dom Williamson servindo de bode expiatório aos olhos da comunidade judaica argentina para esconder as conexões perigosas do governo peronista?

Fonte:Oblatvs