sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

MONS. Mario Oliveri : No entanto, é muito difícil de morrer a mentalidade segundo a qual o Concílio Vaticano II tenha sido quase uma re-fundação da Igreja nos tempos modernos, e que com isso a Igreja tenha feito as pazes com o mundo, se reconciliado com a modernidade...

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“lota unum non praeterebit”. Dom Mario Oliveri apresenta a obra de Romano Amerio. 

Em 1985, a editora Ricciardi publicava um volumoso e acurado estudo de Romano Amerio,  intitulado “Iota Unum – Estudo sobre as variações da Igreja Católica no século XX”. Agora, duas outras editoras anunciaram a reedição desse livro de 656 páginas (“Fede e Cultura” já o fez), e o fato é visto em muitos círculos como de notável significado e interesse. Até L’Osservatore Romano, que na primeira aparição deste estudo não o deu atenção, já mostrou interesse. Antes, o jornal da Santa Sé já havia relatado a significativa informação acerca de um seminário sobre a personalidade e a obra literária, filosófica e teológica pensador de Lugano.


Na primeira aparição do estudo de Romano Amerio, certamente, não foi apenas L’Osservatore Romano quem fez silêncio sobre a obra que tinha sido concebida para fazer refletir, para fazer pensar, para chamar novamente ao rigor de pensamento do intelecto humano. A obra tinha sido ignorada por muitíssimos setores da cultura (sobretudo da cultura religiosa, da cultura teológica), condenada realmente ao silêncio. Ainda, em outros meios, infelizmente, havia sido preconceituosamente marcada como escrito anti-conciliar, típico exemplo de uma rejeição do novo pensamento, da nova era, do novo Pentecostes, da nova primavera do espírito; fruto de uma “mens” que se admira que por um incessante novo pensar nasça necessariamente uma nova ação, um novo modo de agir, e assim baseia toda a missão da Igreja (se a Igreja tem de si mesma uma nova concepção – e este era naquele tempo o modo de pensar dominante de muita literatura que se apresentava como católica – se do Concílio é nascida uma nova eclesiologia, por que não acolher uma nova pastoral, novos métodos de ação dentro de tal nova Igreja, por que não aceitar um pensamento que sempre se renova, que sempre se auto-cria, que gera uma contínua mudança na ação, um progresso indefinido, em direção a algo que permanece sempre necessariamente indefinido?).LER...