quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Catedral de AIX-LA-CHAPELLE: “Nossa Conversação está no Céu”


O que dizer dessa catedral? O melhor comentário é: Oh!

O que significa esse oh!? Significa: Oh!, preciosidade! Oh!, tesouro! Oh!, símbolo de alguma coisa que eleva minha alma para os mais altos píncaros!

Oh!, catedral! Analisando-a, parece ela um amontoado de torres, de capelas e de cúpulas, colocadas mais ou menos sem reflexão.

Mas de seu conjunto se desprende uma tal harmonia, que fico verdadeiramente maravilhado!

Harmonia que tem isto de curioso: tudo aponta para cima. Dir-se-ia que a catedral exclama: "Conversatio nostra in cœlo est" (Nossa conversação está no Céu).

Aponta para cima a torre, como que erguendo os braços a Deus.

Aponta para cima a cúpula, que, não satisfeita de se elevar com toda sua massa rumo ao alto, ainda ostenta uma cupulazinha, que é uma espécie de tentativa de alcançar com a ponta do dedo aquilo que a palma da mão não consegue tocar.

Aponta para cima a forma ogival das janelas que estão encrustradas na torre, e cuja extremidade parece refletir a tendência para subir, para subir...

Cada um dos torreõezinhos embaixo lembra-me aquelas palavras da Missa: "Sursum corda! Habemus ad Dominum" (Elevai vossos corações ao alto. A resposta é: "Nós os temos voltados para o Senhor").

Todo conjunto é um imenso, um maravilhoso sursum corda!

* * *

Entretanto, como pode uma pessoa, hoje em dia, possuir uma alma tão dura ou tão vil, que não se comova e não se entusiasme olhando essa catedral?

Imaginemos que se interrompesse uma novela pornográfica de televisão para se exibir, de repente, um filme sobre essa catedral.

Não haveria uma série de pessoas que ficariam com mau humor? E que prefeririam a pornografia a isso?

Que alma é essa de alguém rejeitante de tal maravilha, e que prefere a pornografia?

Entretanto, a alma humana foi criada para tais elevações e tal dignidade. E que o primeiro movimento de uma alma visando ausentar-se desses panoramas já a coloca à beira do abismo em que cairá!

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 22 de fevereiro de 1986. Sem revisão do autor.


fonte:http://catedraismedievais.blogspot.com/