quinta-feira, 31 de julho de 2008

O cardeal Dário Castrillon Hoyos presidente da comissão Pontifícia “Ecclesia Dei” explica como o motu próprio de Bento XVI é uma grande riqueza espiritual para toda a Igreja.

-Eminência , qual o balanço que faz da promulgação do Motu próprio que ocorrreu há alguns meses?

-Com o Motu próprio o Papa quis dar a todos uma oportunidade renovada de usufruir da enorme riqueza espiritual, religiosa e cultural presente na liturgia do rito gregoriano.O Motu próprio nasce como tesouro oferecido a todos, e não para vir ao encontro dos pedidos de alguns.Muitos dos que antes não sentiam qualquer relação com esta forma extraordinária do rito romano, agora manifestm grande estima pela mesma.Entre os fiéis distinguirei três grupos: aqueles que estão vinculados em forma quase orgânica com a Fraternidade S.Pio X; aqueles da Fraternidade S.Pedro e, enfim o grupo mais importante e numeroso. Formado por pessoas afeiçoadas á cultura religiosa de todos os tempos, que hoje descobrem a intensidade espiritual do rito antigo e, entre estas numerosos jovens.Nestes meses nasceram novas associações de pessoas pertencentes a este último grupo.

-A propósito da riqueza, alguns liturgistas, sublinharam o facto que o rito extraordinário não oferece a riqueza bíblica introduzida pelo novus ordo…

-Esses não leram o Motu próprio, porque o Papa afirma que as duas formas devem enriquecer-se mutuamente.É evidente que tal riqueza litúrgica não pode ser desprezada.No novus ordo , em alguns anos lê-se praticamente toda a Bíblia , e esta é uma riqueza que não se opõe, mas que vai integrada no rito extraordináro.

-Uma outra objeção é sobre o perigo que celebrações separadas e diferentes podem criar comunidades separadas…

-É uma multiplicidade que enriquece, é uma mais ampla liberdade cultural que o Papa introduz de forma audaz. De resto nas paróquias há muitas diferenças nas celebrações. E não quero falar dos abusos, porque não são os abusos a razão principal do Motu próprio.